Biografia de Aristóteles 384 a.C: O Filósofo que Mudou o Mundo Antigo



De Estagira a Atenas

Aristóteles nasceu em 384 a.C., em Estagira, na Macedônia. Seu pai era médico da corte, o que aproximou o jovem do estudo da natureza e do corpo. Aos 17 anos, mudou-se para Atenas e ingressou na Academia de Platão, onde permaneceu por duas décadas. Ali aprendeu a dialogar com ideias, mas também a desconfiar de explicações que não passassem pela experiência.

Entre Platão e o mundo real

A morte de Platão levou Aristóteles a viajar: esteve em Ássos e Mitilene, pesquisando seres vivos e acumulando observações. Foi então convidado por Filipe II para educar o jovem Alexandre — futuro “o Grande”. Ao regressar a Atenas, por volta de 335 a.C., fundou o Liceu, escola marcada por caminhadas e debates: peripatéticos, “os que caminham”.

O método: lógica, observação e causas

Aristóteles estruturou a lógica como instrumento de pensamento (os Organon) e defendeu que conhecer é explicar por causas: material, formal, eficiente e final. A forma como classificou plantas e animais, descreveu movimentos e investigou mudanças fez dele um pioneiro da biologia comparada e da filosofia da natureza.

Ética da virtude e vida boa

Na Ética a Nicômaco, propôs que a felicidade (eudaimonia) é o florescimento da vida racional ao longo do tempo, alcançado por virtudes como coragem, temperança e justiça — sempre como “meio-termo” entre excessos. Virtudes nascem de hábitos: somos aquilo que repetimos.

Política, Retórica e Poética

Para Aristóteles, o ser humano é um animal político: realiza-se na cidade, onde leis e educação moldam o caráter. Na Retórica, analisou persuasão por ethos, pathos e logos. Na Poética, estudou a tragédia e a catarse — como a arte transforma emoções em compreensão.

Últimos anos e legado

Após a morte de Alexandre, a hostilidade contra macedônios em Atenas o levou ao exílio em Cálcis, onde morreu em 322 a.C. Seus tratados moldaram a ciência medieval, inspiraram Tomás de Aquino e continuam a orientar discussões sobre método, virtude e conhecimento. Mais do que respostas, deixou um caminho de perguntas bem feitas.

“Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. A excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito.”


Referências

Livros:

Aristotle — Jonathan Barnes
Aristotle: The Desire to Understand — Jonathan Lear
The Cambridge Companion to Aristotle — Jonathan Barnes (org.)

Artigos:

USP — Departamento de Filosofia (acervo e publicações sobre Aristóteles) — https://filosofia.fflch.usp.br
UFMG — Faculdade de Filosofia (textos e eventos aristotélicos) — https://fafich.ufmg.br
UNICAMP — IFCH (materiais e grupos de pesquisa em filosofia antiga) — https://www.ifch.unicamp.br

Wikipedia:

Aristóteles — https://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles

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