Infância, Formação e Primeiros Passos
Paul-Michel Foucault nasceu em 15 de outubro de 1926, em Poitiers, França. Estudou na École Normale Supérieure, em Paris, onde mergulhou em filosofia, psicologia e história das ciências. Trabalhou em hospitais psiquiátricos e lecionou em universidades europeias antes de retornar à França, experiências que moldaram sua atenção às instituições e às práticas que produzem “verdades” sobre nós.
Arqueologia do Saber: como os discursos nascem
Em obras como História da Loucura e As Palavras e as Coisas, Foucault investigou as “epistemes” que estruturam épocas. Chamou de arqueologia o método que descreve as condições históricas que tornam certos enunciados possíveis e outros impensáveis. Em vez de buscar “o espírito do tempo”, examinou arquivos, práticas e classificações que constroem campos de saber.
Vigiar e Punir: o poder que disciplina
Em Vigiar e Punir (1975), mapeou a passagem dos suplícios públicos para o cárcere moderno. O foco desloca-se do corpo ao comportamento: escolas, quartéis, fábricas e prisões tornam-se laboratórios do poder disciplinar, que atua por vigilância, exame e normalização. O panóptico, metáfora de uma vigilância sempre possível, expressa o modo como o poder se infiltra no cotidiano.
Biopolítica e Governamentalidade
Nos cursos do Collège de France, Foucault analisou a biopolítica: quando o poder passa a gerir estatísticas, saúde, natalidade, riscos — a vida como questão de governo. Chamou de governamentalidade a racionalidade que organiza condutas, mercados e populações. O poder, para ele, não é uma coisa que se possui; é uma rede de relações que atravessa instituições e sujeitos.
História da Sexualidade: subjetividade e cuidado de si
Em A Vontade de Saber e nos volumes posteriores, investigou como discursos médicos, jurídicos e pastorais constituem identidades sexuais e morais. Nos últimos anos, estudou a ética antiga e o cuidado de si, propondo uma estética da existência: formar-se a si mesmo como obra, entre práticas, exercícios e escolhas.
Últimos Anos e Legado
Foucault faleceu em 1984, em Paris. Seu pensamento influenciou história, sociologia, educação, direito, estudos de gênero e saúde pública. Mais do que teorias fechadas, deixou ferramentas para analisar poderes discretos que nos atravessam — e para reinventar a nós mesmos diante deles.
“Onde há poder, há resistência.”
Referências
Livros:
História da Loucura — Michel Foucault
Vigiar e Punir — Michel Foucault
História da Sexualidade (vols. I–III) — Michel Foucault
Artigos:
USP — Departamento de Filosofia (acervos e publicações) —
https://filosofia.fflch.usp.br
UFMG — Kriterion (revista de filosofia) —
https://kriterion.emnuvens.com.br/kriterion
UNICAMP — IFCH (materiais e grupos de pesquisa) —
https://www.ifch.unicamp.br
Wikipedia:
Michel Foucault — https://pt.wikipedia.org/wiki/Michel_Foucault
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