Infância e formação
Arthur Schopenhauer nasceu em 22 de fevereiro de 1788, na cidade de Danzig (atual Gdańsk, Polônia), em uma família de comerciantes prósperos. Seu pai, Heinrich, esperava que o filho seguisse os negócios da família, mas Arthur demonstrava desde cedo uma vocação contemplativa e intelectual. Após a morte do pai — possivelmente um suicídio — e uma infância marcada pela rigidez da mãe, Johanna, escritora e figura importante da vida cultural, Schopenhauer mergulhou nos estudos de filosofia, literatura e ciência, buscando compreender a essência da existência humana.
Desenvolvimento da carreira / ideias
Estudou em Göttingen e Berlim, onde teve aulas com filósofos como Fichte e Schleiermacher. Foi profundamente influenciado por Kant, cujo idealismo reinterpretou sob uma ótica existencial e metafísica. Em 1818, publicou sua obra-prima, O Mundo como Vontade e Representação, na qual descreveu o universo como expressão de uma força irracional e cega — a vontade. Segundo ele, tudo o que existe é movido pelo desejo e pela carência, e o sofrimento é inevitável. O homem, ao reconhecer essa condição, pode buscar alívio temporário por meio da arte, da compaixão e da negação dos desejos.
Contexto histórico e desafios
A filosofia de Schopenhauer foi ignorada por seus contemporâneos, que preferiam o otimismo racionalista de Hegel, seu grande rival. Desiludido, Schopenhauer abandonou a academia e viveu isolado, cercado de livros, música e seu cão, Butz. Considerado excêntrico e misantropo, manteve uma visão sombria da natureza humana, mas sua escrita clara e elegante atraía leitores curiosos. Apenas décadas depois, seu pensamento seria reconhecido como uma das bases do existencialismo e do pessimismo moderno.
Últimos anos
Nos últimos anos de vida, Schopenhauer finalmente viu sua obra ser apreciada. A nova geração de intelectuais, incluindo Richard Wagner, Tolstói e Friedrich Nietzsche, reconheceu sua profundidade e coragem intelectual. Vivendo em Frankfurt, cercado por rotina disciplinada e poucos amigos, o filósofo manteve-se fiel às suas convicções até o fim. Morreu em 21 de setembro de 1860, deixando uma obra que transformaria para sempre a filosofia ocidental.
Legado
Schopenhauer influenciou toda a filosofia moderna, da psicanálise à arte contemporânea. Sua ideia da vontade como força irracional inspirou Freud, enquanto sua visão estética antecipou o existencialismo. Para ele, o sofrimento é inevitável, mas a arte, a música e a contemplação podem libertar o espírito — mesmo que por instantes. Em meio ao caos do mundo, ele nos ensinou a encontrar beleza na lucidez e serenidade na verdade.
“A vida oscila como um pêndulo entre a dor e o tédio.”
Referências
Livros:
Arthur Schopenhauer — O Mundo como Vontade e Representação
Rüdiger Safranski — Schopenhauer e os Anos Selvagens da Filosofia
Bryan Magee — The Philosophy of Schopenhauer
Artigos e Leituras Online (Universidades):
USP — Revista Discurso — “A estética da negação em Schopenhauer” —
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UNICAMP — Cadernos de Filosofia Alemã — “Vontade e Representação: a gênese do pessimismo” —
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UFRJ — Revista do Departamento de Filosofia — “Schopenhauer e a Metafísica do Sofrimento” —
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Wikipedia:
Arthur Schopenhauer — https://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_Schopenhauer
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