Infância e formação
Entre os rios Tigre e Eufrates, ergueu-se Uruk, cidade de muros grandiosos e templos a Anu e Inanna. As tradições mesopotâmicas apresentam Gilgamesh como um rei de força extraordinária, em parte divino, cuja juventude é marcada por feitos impulsivos. A liderança, porém, só se aperfeiçoa quando ele aprende a ouvir o povo e a reconhecer limites — a primeira lição de um herói que ainda descobriria o peso da mortalidade.
Desenvolvimento da carreira / ideias
Para conter a arrogância do rei, os deuses criam Enkidu, seu igual. O que começa como confronto torna-se amizade. Juntos, derrotam Humbaba, guardião da Floresta de Cedros, e o Touro Celeste. Gilgamesh conquista fama além de Uruk, mas a glória traz um preço: a morte de Enkidu. A partir daí, sua “carreira” deixa de ser guerreira e se torna filosófica: entender o sentido da vida diante da finitude.
Contexto histórico e desafios
Devastado, o rei parte em jornada para encontrar Utnapishtim, sobrevivente do Dilúvio, em busca do segredo da vida eterna. Ele aprende que a imortalidade pertence aos deuses. Mesmo quando descobre uma planta de rejuvenescimento, perde-a para uma serpente. O retorno a Uruk encerra a busca: a permanência humana não é biológica, mas simbólica — está nas obras, na memória e na justiça do governo.
Últimos anos
De volta à cidade, Gilgamesh contempla os muros e as canalizações, frutos de trabalho coletivo. Mais maduro, dedica-se à ordem e ao bem-estar do povo. A epopeia termina onde começou: com Uruk como testemunha de que construir — e preservar — é o modo humano de tocar o eterno.
Legado
A Epopeia de Gilgamesh, preservada em tabuletas cuneiformes, é o primeiro grande poema heroico de que se tem notícia. Seus temas — amizade, luto, limites do poder e aceitação da mortalidade — ecoam em tradições posteriores, da Bíblia às tragédias e romances modernos. Ao final, o herói nos lembra que a vida encontra sentido no que fazemos pelos outros e no que deixamos construído.
“Olha os muros de Uruk... toca a fundação — não foram eles feitos sabiamente?”
Referências
Livros:
The Epic of Gilgamesh — Andrew George (trad.)
The Epic of Gilgamesh — N. K. Sandars (trad.)
The Evolution of the Gilgamesh Epic — Jeffrey H. Tigay
Artigos e Leituras Online (Universitárias):
USP — Revista de História — “O dilúvio no poema de Gilgamesh” —
revistas.usp.br/revhistoria/article/view/125977
UESB — NHiPE — “A morte no épico de Gilgamesh: um sentido frente às versões...” —
revistas.uneb.br/nhipe/article/view/20932
UFPB — Religare — “História da religião: analisando a Epopeia de Gilgamesh” —
periodicos.ufpb.br/.../download/22192/12286/0
Wikipedia:
Epopeia de Gilgamesh — https://pt.wikipedia.org/wiki/Epopeia_de_Gilgamesh
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