Biografia de Sigmund Freud 1856: Como ele revelou o inconsciente humano



Nascimento e Formação

Sigmund Freud nasceu em 6 de maio de 1856, em Freiberg (atual Příbor, República Tcheca), e cresceu em Viena, capital intelectual do Império Austro-Húngaro. Brilhante estudante, ingressou em medicina na Universidade de Viena, especializando-se em neurologia. Ainda jovem pesquisador, investigou a cocaína, a anatomia do sistema nervoso e trabalhou no laboratório de Ernst Brücke.

Charcot, Breuer e a porta do inconsciente

Em Paris, Freud estudou com Jean-Martin Charcot e observou a hipnose aplicada a histerias. De volta a Viena, ao lado de Josef Breuer, percebeu que sintomas conversivos diminuíam quando pacientes narravam traumas — a chamada “abreação”. A fala, notou Freud, tinha força de cura: ao contar, o corpo descansava.

A invenção da psicanálise

Abandonando a hipnose, Freud criou a técnica da associação livre e colocou o analista por trás do divã para ouvir sem distrações. Em A Interpretação dos Sonhos (1900), propôs que os sonhos realizam desejos disfarçados e que a mente opera por camadas: conteúdos latentes emergem em símbolos. Surgem conceitos como recalque, transferência e resistência.

Id, Ego e Superego

A partir de 1923, Freud descreveu uma segunda tópica da mente: Id (impulsos), Ego (mediação) e Superego (normas internalizadas). Também formulou a dinâmica entre Eros (pulsão de vida) e Thanatos (pulsão de morte), buscando explicar repetição, agressividade e criação. Sua escrita entre clínica e cultura influenciou arte, literatura e ciências humanas.

Críticas, rupturas e legado

Freud discutiu intensamente com Jung, Adler e outros discípulos que trilharam caminhos próprios. Enfrentou ceticismo e hostilidade acadêmica, mas suas ideias se espalharam pelo mundo. Judeu, deixou Viena em 1938, após a anexação nazista da Áustria, e se estabeleceu em Londres, onde morreu em 1939.

Uma linguagem para a dor e o desejo

Mais que um conjunto de técnicas, a psicanálise ofereceu uma linguagem para pensar sintomas, lapsos e sonhos. Freud ensinou que o eu não é senhor na própria casa — e que nos conhecemos ouvindo aquilo que tentamos calar. No silêncio do consultório, nas entrelinhas das palavras, o inconsciente encontra um caminho.

“Onde o id estava, o ego deverá advir.”


Fontes Acadêmicas e Bibliográficas: SIGMUND FREUD
Tipo de Fonte Título da Obra Autor(a) Ano
1 Obra Fundamental (1ª Tópica) A Interpretação dos Sonhos FREUD, Sigmund 1900
2 Obra Fundamental (Sexualidade) Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade FREUD, Sigmund 1905
3 Obra Fundamental (2ª Tópica) O Ego e o Id FREUD, Sigmund 1923
4 Ensaio Sociocultural O Mal-Estar na Civilização FREUD, Sigmund 1930
5 Colaboração Pioneira Estudos sobre a Histeria FREUD, S. & BREUER, J. 1895
6 Biografia Clássica A Vida e a Obra de Sigmund Freud (3 volumes) JONES, Ernest 1953
7 Obra de Referência Dicionário de Psicanálise ROUDINESCO, E. & PLON, M. 1998
8 Biografia Crítica Sigmund Freud na sua época e em nosso tempo ROUDINESCO, Elisabeth 2014
9 Edição Acadêmica Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas (24 Volumes) FREUD, Sigmund (Tradução Jayme Salomão) (Várias edições)

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